Em 19 de novembro de 2024 a Jaguar apresentou sua nova marca:
Desde então a marca vem enfrentando críticas nas redes sociais. A nova marca apresentada foi criada para representar o que há de mais novo na Jaguar, que agora irá trabalhar com veículos 100% elétricos e quer se posicionar diante de um novo público, e caminhar lado a lado a concorrentes como Bentley.
Recentemente a Jaguar apresentou seu novo modelo, TYPE 00, veículo cujo design se assemelha ao novo visual da Jaguar.
Mas por que acontece essa rejeição?
Existe uma explicação muito clara pelo motivo dessa rejeição. Apesar de no rebrading ser usual e permitido que a marca reveja posicionamento, público-alvo, entre outras mudanças profundas, geralmente a marca não altera seu arquétipo principal.
Arquétipo de marca é um modelo baseado em padrões universais de comportamento e personalidade que ajuda as marcas a se conectarem emocionalmente com o público. Inspirado nos arquétipos de Carl Jung, ele define a identidade, tom de voz e narrativa da marca, facilitando a identificação e a lealdade do consumidor.
O arquétipo principal da marca Jaguar era o Governante, símbolo este percebido pelo próprio Jaguar em posição de corrida que ilustrava o logo. O arquétipo do governante é um arquétipo que representa liderança, controle, responsabilidade e desejo de criar ordem e estabilidade. Marcas com esse arquétipo transmitem poder, excelência e confiança, buscando ser referência e garantir segurança aos seus clientes. Marcas como Rolex e Mercedez Benz utilizam desse arquétipo.
Atualmente, a Jaguar preferiu adotar um arquétipo ligado ao Criador, arquétipo este movido pela inovação, originalidade e desejo de transformar ideias em realidade, tanto que seu novo slogan é “Copy Nothing”, ou seja, não copie nada, o que remete a originalidade.
O Governante é um arquétipo muito marcante, porém não muito versátil. Quem lembra da cena abaixo?
Pois é, Dória, Governante nato, literalmente :P, tentou na imagem acima assumir o arquétipo do Cara Comum que representa autenticidade, simplicidade e conexão com as pessoas comuns, mas sofreu também rejeição e causou estranheza.
É como se a marca tentasse fingir aquilo que ela não é. É como se uma pessoa tivesse uma mudança radical totalmente repentina. As pessoas podem mudar, mas geralmente essa mudança acontece aos poucos, principalmente se ela for tão radical e se as marcas tentam se assemelhar as pessoas, essa transformação deveria acontecer tal como acontece com as pessoas.
É como se a Jaguar fosse um homem de 50 anos vestido de terno preto em um dia e no outro fosse uma mulher de cabelo rosa em um salto 15 centímetros. É possível? Com certeza, mas no mínimo chocante inesperado.
Se esse era o propósito da marca, chocar e trazer o inesperado, com certeza ela conseguiu. Agora é acompanhar e entender se esse choque irá com o tempo passar e ficar o gosto de quero mais inovação.
Vídeo manifesto de lançamento da nova marca:
Não deixe isso acontecer na sua marca
Por isso na Butterfly Growth ao desenvolver uma marca atuamos de forma holística, analisando as demais áreas estratégicas do negócio, pois branding, cultura e negócios jamais devem se descolar.
