Durante anos, o marketing funcionou como uma linha reta:
anúncio → interesse → contato → venda.
Mas essa lógica morreu.
O cliente moderno não se comporta mais como uma audiência e sim como um investigador.
Ele pesquisa, compara, lê reviews, ouve pares e forma opinião antes mesmo de falar com o vendedor.
O poder de decisão mudou de lado.
E, junto com ele, a forma de construir demanda também.
Do funil à teia: o novo modelo mental de compra
A antiga jornada era linear e previsível.
A nova é dinâmica, cíclica e multidimensional.
Hoje, o comprador não avança por etapas fixas, mas por micro-momentos de decisão, influenciados por diferentes fatores:
🔹 conteúdo,
🔹 contexto,
🔹 reputação,
🔹 recomendações,
🔹 e timing.
Esses pontos se conectam como uma teia, não como um funil.
Cada contato com a marca é uma oportunidade de gerar percepção, confiança e utilidade.
Por isso, o marketing que tenta “empurrar” o cliente para a próxima etapa está atrasado.
O marketing que cria contexto e significado está à frente.
As 3 forças que moldam a nova jornada
1️⃣ Autonomia da informação
O comprador acessa mais dados do que nunca. Ele decide o que consumir, quando e de quem.
👉 Isso exige marcas mais transparentes e menos invasivas.
2️⃣ Complexidade da decisão
O processo de compra B2B envolve múltiplos decisores, influenciadores e critérios.
👉 Ganha quem constrói reputação e consenso ao longo do tempo.
3️⃣ Economia da confiança
Quando tudo parece igual, o fator de escolha não é mais o preço ou o recurso técnico é a confiança na entrega.
👉 E confiança se constrói com consistência, clareza e coerência.
O papel do marketing nessa nova jornada
O marketing deixou de ser o “gerador de leads” e passou a ser o orquestrador de relacionamento.
Não basta entregar um PDF e chamar de funil.
É preciso construir uma experiência integrada:
📍 Conteúdos que educam e não empurram,
📍 Conversas que escutam antes de vender,
📍 Dados que guiam decisões e não só relatórios.
No novo ciclo de compra, quem orienta, lidera.
Como adaptar sua estratégia à nova jornada
1. Redefina o ICP e o momento de compra.
Nem todo lead está pronto. Entenda onde ele está na jornada e qual o gatilho real de decisão.
2. Construa reputação antes da necessidade.
O comprador moderno busca marcas que sejam referência antes da compra.
O conteúdo deve gerar confiança, não urgência.
3. Orquestre marketing e vendas.
A jornada não é do marketing nem do comercial é do cliente.
Ambos precisam compartilhar dados, linguagem e propósito.
4. Use tecnologia como meio, não como atalho.
Automação sem empatia é ruído.
Use dados para personalizar, não para pressionar.
O que muda para o B2B?
No B2B, a mudança é ainda mais profunda.
O comprador não quer ser convencido, quer ser compreendido.
Empresas que focam em empurrar produto perdem espaço.
Empresas que ajudam o cliente a tomar uma decisão melhor mesmo que ela não envolva compra imediata ganham autoridade.
No novo jogo, vender menos no curto prazo pode significar vender mais no longo.
O marketing voltou pro seu lugar: o de criar significado
O marketing da nova era não é sobre volume, é sobre relevância.
Não é sobre anúncios, é sobre relações.
E não é sobre funil, é sobre contexto.
A jornada de compra mudou e as marcas que não mudarem junto vão continuar confundindo visibilidade com valor.
